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2.2.06

Out of the blue, into the black 

"It's better to burn out / Than to fade away". Os versos tomo emprestado do meu velho mentor Neil Young para homenagear um velho amigo, que completaria hoje 24 anos de vida. Willy queimou rápido sua passagem por aqui, enquanto nós nos apagamos aos poucos, remoendo uma triste saudade, mas que está sempre acompanhada por alegres recordações.

Uma homenagem bem melhor ao camarada Diogo Ribeiro será feita em forma de exposição fotográfica, a partir de amanhã, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, aquele do Campo de São Bento (para quem não sabe, fica na esquina da Rua Lopes Trovão com a Avenida Roberto Silveira, em Icaraí). A exposição "Memória fotográfica" vai reunir 20 fotos que ele tirou, como amador e como profissional, na sala Hilda Campofiorito, no segundo andar do tal centro. A abertura será amanhã, às 18h30, e os trabalhos ficaram expostos até o dia 27 deste mês. O horário de funcionamento é: segunda, das 13h às 17h; terça a sexta, das 10h às 17h; sábado e domingo, das 10h às 15h. O telefone é 2610-9578 e a entrada é franca.

Acho que só o que posso fazer é divulgar a parada e emprestar uns CDs para tocar na abertura. Se depender de mim, a voz instável do velho Young estará presente, de preferência cantando "There's more to the picture / Than meets the eye / Hey hey, my my".

14.1.06

Olá, ainda tem alguém aí? 

Sei que para a maioria da cristandade, o novo ano começou há 14 dias. Este blogue continuava parado em 2005. Mas como tudo muda e sempre mudará, aproveito que estou sem fazer muita coisa no plantão para desejar a todos vocês (se é que ainda há alguém aí) um ótimo 2006, com tudo aquilo que se deseja nessa época.

Aproveito também para fazer uma rápida recapitulação do restinho do famigerado ano velho. Os seguintes fatos aconteceram do último texto até o atual momento:

- Perdi preciosas horas em Jacarepaguá para me enfurecer com o Claro Q É Rock, me decepcionar com velhos (velhos mesmos) ídolos, como Mike Patton e Sonic Youth e para não ver Nação Zumbi e NIN. Pelo menos me diverti muito com o Flaming Lips e cheguei à conclusão que o Good Charlote (é isso mesmo?) não é digno de tocar no mesmo planeta que os Stooges. Aliás, quase ninguém é. Passemos ao próximo tópico.

- Assisti ao melhor show de rock da minha curta existência, melhor que os de Rolling Stones e Neil Young. Posso não ter visto Nirvana, AC/DC, Pixies, Alice In Chains e Ramones, mas aquela apresentação do Pearl Jam já me bastou.

- Comprei uma falsificação de grife de Ray-Ban. Mas um dia, quem sabe, terei um original.

- Descobri que o Orkut não faz a menor falta na vida de um ser humano normal e que é possível baixar discografias inteiras na internet. Em dois meses foram uns 80 discos inteiros. Uns imprescindíveis e outros descartáveis. Mas, de graça, até ônibus errado, né não?

- Assisti a "King Kong". Achei um saco. E daí?

- Corri com o fechamento para pegar um ônibus e chegar de madrugada a Macaé, 47 horas antes do início oficial de 2006. Foi naquela aprazível região que, na primeira semana de janeiro, zerei minha cota de sol do ano e consumi 20% do álcool que pretendo colocar pra dentro até 31 de dezembro próximo.

- Comprei "On The Road" e finalmente vou ler Kerouac inteiro. Enquanto isso, "Crime e Castigo" continua adormecido na estante, com o marcador ainda por volta da página 80, há uns três ou quatro anos. Não há previsão para a conclusão da leitura.

1.11.05

Go, Willy! 

Demorou quase uma semana para que eu criasse coragem e escrevesse esse texto. Escrever sobre um dos meus melhores e mais antigos amigos, que deixou muita gente com saudades eternas na noite da última quarta-feira, não é nada, nada, nada fácil. Escrever sobre perda, sobre o vazio que se sente seguido da lembrança dos bons e maus momentos que vivemos, também está entre as tarefas mais ingratas. Escrever sobre a forma estúpida como as coisas aconteceram e sobre a fragilidade da nossa vida, idem. Mas só me resta a escrita para homenagear o meu irmão Willy, codinome pomposo de Diogo Ramos Ribeiro.

Ele viveu exatos 23 anos, oito meses e 24 dias. Há 12 anos iniciou-se a nossa amizade, que nunca foi menos que intensa, e que não terá fim com sua morte, ocorrida no dia 26 de outubro, às dez e meia da noite. É difícil para alguém que tem sérias limitações para acreditar nas coisas metafísicas, como é o meu caso, aceitar, entender e se conformar com a morte de uma pessoa tão próxima e tão querida. Instintivamente algo me diz que ele está melhor dos que ficam na Terra. Torço para que isso seja verdade, para que realmente ele esteja melhor do que quando estava encerrado num leito de hospital, onde passou seu último mês de vida. "Deve estar". torço.

Era uma figura de contrastes, esse Willy. O que mais poderíamos pensar de um negão de quase 1,90 de altura e pra lá dos 150 quilos passeando com um poodle cor de abricó em plena Moreira César? Contava umas histórias difíceis de acreditar, mas era de uma sinceridade incrível. Era grosseiro muitas vezes, mas tinha na verdade um coração mole. Era pão-duro, mas capaz de atos de generosidade surpreendentes. Por mais que se esforçasse em manter sua fama de mau, colecionava amigos por onde passava: ele foi o cara mais sociável que conheci. E todos seus amigos tinham razões de sobra para sê-lo.

Sua casa era o principal ponto de encontro da nossa turma, desde os tempos em que éramos pirralhos, atletas e salesianos. Sempre passávamos os dias lá, sem fazer nada, ouvindo música, arranhando algumas guitarras, devorando hambúrgueres e pizzas, assistindo a uns filmes, vendo o tempo passar. Lá fizemos as reuniões de pauta do Aneurisma Social - O Zine, lá deliberávamos sobre nossas viagens, sobre os churrascos. Lá era o ponto de partida para as nossas andanças à toa pela cidade, e, não raro, era também o ponto de chegada. Durante anos essa foi uma programação agradavelmente rotineira, que teve sua última edição em meados de setembro, uma semana antes dele fazer a maldita cirurgia. Comemos pizza, assistimos a "O Incrível Exército de Brancaleone", olhamos algumas fotos tiradas por ele e por fim nos despedimos. "Boa sorte, camarada, aposto que não vai ser nada de mais". Foi a última vez que ele nos viu entrar no elevador do 17º andar.

Ele gostava de dizer que sabia o dia de sua morte, que sabia como morreria e tal. Obviamente nunca acreditei nisso. Se fosse verdade ele não faria a cirurgia para a redução de estômago, não se empolgaria com a possibilidade emagrecer, não se entusiasmaria com a idéia de ver o Pearl Jam ao vivo, não lutaria bravamente durante um mês na CTI, após quatro cirurgias. Na última vez que estive com ele, há dois sábados, com dificuldade me pediu para comprar para ele o ingresso para o show. Cumpri a promessa na quarta-feira passada, primeiro dia de vendas. Feliz da vida já planejava, no dia seguinte, dar um pulo no hospital e dar a notícia que ele esperava há mais de uma década: "seu ingresso está garantido, agora trate de ficar bom e levantar daí pra conseguirmos um lugar lá na frente, cara". Mas quem recebeu uma notícia na manhã seguinte fui eu; a única que eu não desejava ouvir. Willy não chegaria a receber o pedaço de papel com que tanto sonhou. O ingresso está guardado, e provavelmente permanecerá assim. Agora meu amigo não precisa mais dele, não vai ter que pegar ônibus, enfrentar fila, suar no meio da multidão. Ele assistirá a tudo de camarote com uma visão privilegiada, e, naquele dia, eu sei que ele estará muito feliz.

22.9.05

Sete dias 

Pearl Jam. Sonic Youth. Iggy Pop & The Stooges. Suicidal Tendencies. Flaming Lips. Nine Inch Nails. Dez anos atrás, esses nomes estavam entre os mais freqüentes do meu walkman. O walkman já está extinto e as fitas inaudíveis, mas até o final de 2005 eu vou ver ao vivo todas essas bandas.

O Pearl Jam da Seattle imaginária de "Singles" e de todos os discos lá em casa. O Sonic Youth de "Buuuuuuuuull... in the heather". O Iggy Pop do antigo testamento do punk rock, "1969". Suicidal da institucionalização da raiva adolescente. O Flaming Lips dos clipes notívagos do Lado B. O NIN da trilha sonora de "Estrada Perdida". Essas bandas sempre estiveram nas divisões principais de minhas preferências musicais e agora, ao que parece, virão tocar no Rio. Todas, num intervalo de apenas uma semana. Sete dias. Uma overdose.

De todas, certamente duas são mais especiais que outras, se isso for possível. Pearl Jam, o Rolling Stones da minha geração, a banda que resistiu ao hype grunge, às mortes trágicas, à decadência de sua linhagem, às imitações baratas, à MTV. Que mantém a qualidade em cada disco novo sem ceder às facilidades da fama. E o Sonic Youth, o mito maior da minha adolescência, a banda que precedeu o Nirvana e que continua genial mais de 20 anos depois das primeiras distorções. A voz de Kim Gordon que eu não pude ouvir quando eles estiveram a poucos quilômetros de mim. Eles no MAM, eu no Vital Brazil. Não sei quantos reais nos afastando. Mas agora, como a justiça da as caras de vez em quando, vou poder me redimir.

De certa forma, tudo isso cheira a redenção. Não vi Nirvana nem Alice in Chains, mas verei Pearl Jam. Não vi Ramones, mas estarei lá quando Iggy Pop estrebuchar. Não vi Pixies nem Mudhoney, mas terei minha segunda chance com Sonic Youth. É agora ou nunca.

2.8.05

Não entendi a piada 

Depoimento de José Dirceu. Roberto Jefferson faz seu showzinho. Todos do lado de cá da telinha morrem de rir com o "gênio do plenário" do momento. Eu, sinceramente, não consigo achar a menor graça nisso tudo.

28.5.05

Estatística espantosa 

Amigos, sabem o que descobri? Estamos em maio e este é apenas o quinto texto que publico (me recuso a usar o verbo "postar") neste espaço. Dos cinco, quatro foram escritos em plantões de fim de semana ou feriado. O outro, do dia 5, espantosamente foi gerado numa quarta-feira.

Daí, concluo que: a) estou ficando sem assunto; b) estou ficando sem paciência; c) não tenho absolutamente nada melhor para fazer nos meus plantões.

Hoje, por exemplo, depois de uma voltinha na Tijuca, recebi a seguinte pauta: cobrir uma manifestação pela paz no Morro do Vidigal e fazer uma matéria sobre a debandada de moradores dessa ilustre favela. Tudo por telefone. Como suspeitei desde o princípio, não consegui fazer nem uma, nem outra. Falar pelo telefone com favelado que está fugindo do morro por causa de violência? O resultado disso é esse maravilhoso embuste que acabaram de ler. Me desculpem, mas precisava passar o tempo.

3.4.05

A benção, João de Deus 

Podia falar da morte do Papa ou da chacina na Baixada, ou das duas coisas juntas. Mas 4 a 1 em cima do Flamengo é de roubar a atenção de qualquer tricolor. Então, assuntos menos importantes podem esperar, mas não um grito de campeão. Se o Fluminense passará ou não do Volta Redonda, tanto faz agora. Sinceramente.

29.1.05

Que situação! 

Meus amigos, só digo uma coisa:

Pimenta no dos outros é refresco.

5.1.05

Resoluções de ano novo 

Resolução de ano novo é uma babaquice. Mas, babaca que sou, também tenho as minhas. Já cortei o cabelo, comecei a ler um livro e voltei (de novo) a nadar. Agora tenho pouco mais de 11 meses e 20 dias para me tornar mais organizado no trabalho e em casa, cuidar da minha descuidada saúde e terminar de ler, de uma vez por todas, "Crime e Castigo". De 2005 Raskolnikov não passa.

1.1.05

Adeus ano velho 

Galera, feliz 2005 para todos. Que este ano seja melhor do que aquele que passou, ou que, pelo menos, não seja pior.

Valeu!

14.12.04

They are a-changin... 

Como o próprio Bob Dylan já dizia:

"Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'".

Comecemos a nadar, pois.

30.11.04

Não reparem o mau humor 

Há dias em que dá uma vontade tremenda de mandar todo mundo tomar no cu. Se foder mesmo. Pena que o impulso é passageiro. E aí me arrependo de não tê-lo feito. O que resta é o bom e velho disco do Sex Pistols.

4.11.04

Vamos fugir... 

Novembro caminha para sua metade e já me lembro dos derradeiros dias de 2003. Como quase todos os meus "leitores" já sabem o que aconteceu naquela época (uns até vivenciaram), não vou voltar ao drama. Só que, ao contrário do período final do meu estágio, eu estou pouco preocupado com o meu futuro no Globo. Não sei se é porque já conheço o final dessa história ou se é porque o trabalho (fator que não esteve presente ano passado) não esteja me dando muito tempo pra pensar em 2005. Só sei que tive uma idéia que pretendo levar adiante. Caso a casa não me mantenha em seu quadro de funcionários ou prestadores de serviço na próxima temporada, vou tentar voltar a ser um pouco do que já fui um dia. Sei lá como, mas acho que um bom começo é pôr algum do pouco trocado que juntei nesses meses e pegar um ônibus qualquer, para ir a qualquer lugar, sem muito destino (pelo menos por enquanto). Esquecer um pouco de tudo que se refere a computadores, salários, contra-cheques, colegas, fontes, chefes, competição, especulação, horário, fechamento, estresse, estresse e pressa. De tudo, quero levar, nesse pequeno e hipotético período, apenas a curiosidade que já nasceu comigo mas que às vezes cansa também. E ficar fora enquanto o pouco dinheiro permitir e até a necessidade voltar a bater à porta.

Como diz um ícone do jornalismo de bairros, "não se apresse, que nada é pra já". Não estou adiantando nenhum resultado ruim ou prevendo uma catástrofe. Estou apenas sem a tal pressa pra saber como a segunda parte desse filme vai acabar. Só sei que, se não houver uma continuação, não vai significar o fim do mundo.

5.10.04

E ele se foi... 

E não é que o Moreira deu pra trás? Até agora, quatro da tarde de terça-feira, ainda não se sabe ao certo o motivo que levou o nefasto ex-prefeito e ex-governador a fugir da disputa do segundo turno de Niterói, no qual enfrentaria Godofredo Pinto. Seja qual for essa resposta, quem sai ganhando é a própria cidade e seus bem-afortunados moradores.

Quem ganha também é o estado do Rio, já que Wellington era uma das maiores apostas do não menos terrível clã Garotinho. Apesar de ter vencido em mais de 40 municípios, a Família Monstro da política nacional ficou bem aquém do esperado. Perdeu no Rio, em Niterói, em São Gonçalo e ainda pode perder nos principais pontos da Baixada e até mesmo em Campos. O que parecia ser fácil, se complicou, tal qual um jogo do FLuminense. Por fim, quem ganha é o país, cujo comando se torna cada dia mais inacessível a essas figurinhas medonhas.

O mais interessante dessa história toda é a quantidade de reviravoltas nessas eleições na cidade da Água Escondida. Com a decadência do grupo de Jorge Roberto Silveira, parecia mole para a oposição levar esse ano. A briga do falecido Brizola com o PT acabou provocando um racha na "tchurma" de Jorginho. Resultado: Godofredo e João Sampaio, que vieram do mesmo saco político, tiveram que se enfrentar. Por outro lado, Garotinho podia se fartar. O bando populista provoca estragos eleitorais no feudo jorgista desde 2000: o segundo turno nas municipais com o playboy Zveiter e a vitória da Primeira Dama de Laranjeiras em Niterói em 2002.

No início destas eleições, portanto, estava na cara que os Garotinhos iriam atropelar quem estivesse pela frente. Com as lambanças de Lula e o isolamento de Brizola, não havia dúvida. Eu, particularmente, já dava como certa a eleição do deputado, que mora - muito bem, por sinal - no Leblon. Graças à Tutatis, minhas previsões estavam furadas. Não sei exatamente como aconteceu, mas aos poucos foi emergindo uma onda anti-Moreira que seria capaz de eleger qualquer um que pudesse derrotá-lo. Por acaso, esse qualquer um foi Godofredo. O voto útil, sem dúvida, foi o maior destaque nessa disputa.

Como analista político de botequim que sou, vou arriscar mais uma. Com a saída de Moreira da disputa, o petista vai ter que encarar de frente seu antigo chefe, Jorginho. Ou melhor, o candidato dele, João Sampaio. Muita gente que votou no atual prefeito simplesmente para chutar o Gato Angorá logo no primeiro turno, deve agora mudar de opinião. Até porque o atual prefeito não é nenhuma Brastemp, ao contrário do que ele anda considerando e porque Jorginho participou muito pouco da campanha de seu antigo secretário de Urbanismo. De qualquer maneira, Godofredo deve levar a prefeitura, mesmo que João não tenha a mesma rejeição de Moreira. Só pelo fato da ameaça da volta de Wellington Moreira Franco à poltrona de alcaide, a alma niteroiense já pode dormir sossegada.

1.10.04

Jornalismo verdade 

Da série "Pérolas do Mangue Beat".

"Jornal da Morte", da Nação Zumbi (numa colaboração do camarada T).


"Vejam só este jornal
Verdadeiro hospital
Porta voz do bangue-bangue
Da polícia central

Tresloucada seminua
Jogou-se do oitavo andar
Porque o noivo não comprava
Maconha pra ela fumar

SANGUE, SANGUE, SANGUE

Um escandalo amoroso
Com retratos do casal
Um bicheiro assassinado
Em decubito dorsal

Cada página é um grito
Só falta alguem espremer o jornal
Para sair

SANGUE, SANGUE, SANGUE"


27.9.04

A mais bela canção de amor 

"Meu Esquema", do mundo livre s/a. O resto é bobagem.


"Ela é meu treino de futebol
Ela é meu domingão de sol
Ela é meu esquema

Ela é meu concerto de rock'roll
Nação, minha torcida gritando gol
Minha Ipanema

Ela é meu curso de anatomia
Ela é meu retiro espiritual
Ela é minha história

Ela é meu desfile internacional
Ela é meu bloco de carnaval
Minha evolução...

Galega
Tento descrever o que é estar com você
Princesa
Todos vão saber que eu estou muito bem com você

Ela é minha ilha da Fantasia
A mais avançada das terapias
Meu Playcenter

Ela é minha pista alucinada
A mais concorrida das baladas
Meu inferninho

Ela é meu esporte radical
Poderosa, viciante, mas não faz mal
Meu docinho

Ela é o que meu médico receitou
Rivaldo Maravilha mandando um gol
Minha chapação...

Galega
Nem dá pra dizer o que é estar com você
Princesa
Todo mundo vê que eu sou mais... "

17.9.04

Gabba, Gabba, Hey! 

Dos meus guitar heros de infância, só consegui me aproximar de dois em termos musicais. Steve Jones, dos Sex Pistols, e Johnny Ramone, dos Ramones, é claro. Obviamente a maior qualidade de ambos não era a técnica, e sim o modo de tocar.

A postura curvada, as pernas meio dobradas, meio afastadas, os joelhos colados, a cabeça baixa balançando de um lado para o outro incessantemente, a mão direita num ritmo frenético, o olhar totalmente alheio a tudo, a concentração naquelas poucas notas, sempre à espera do inconfundível "1, 2, 3, 4", indicando a próxima música. Esse é o Johnny Ramone que inspirou milhões de jovens por décadas. Vinte e dois anos, mais especificamente, foi o tempo que a banda durou.

Com a morte de Johnny anteontem foi totalmente extinto o trio que serviu de alicerce para a maior banda do punk rock, e que de fato inventou o gênero. Em 2001 foi o incomparável Joey Ramone, no ano seguinte o indomável Dee Dee. No dia 15, foi a vez do incansável Johnny. Da formação original sobrou o baterista Tommy, e da formação mais importante, o também baterista Marky. Ambos, como o último baixista CJ, eram Ramones por adoção. Joey, Johnny e Dee Dee eram como irmãos. E como qualquer família, se odiavam, mas funcionavam extremamente bem juntos.

É totalmente dispensável eu ficar aqui falando da importância dos Ramones para o roquenrou e para a própria cultura pop, ou de como eles influenciaram a minha juventude. Mas ouvindo dois dos melhores discos ao vivo da história ("It's Alive", de 79, e "Loco Live", de 91), tive uma visão. Me imaginei daqui a muitos e muitos anos, bem velho, pedindo para um músico de churrascaria qualquer tocar em seu teclado "Commando", e sendo prontamente repreendido por filhos e netos. Gagá, eu daria e ombros e exclamaria "Hey, Ho, Let's Go!"

15.9.04

A melhor diversão 

Para não ficar só espinafrando, três filmes muito bons em cartaz no circuito over ground: "A Vila", "Terminal" e "Colateral", nesta ordem, merecem ser vistos. Cinemão pipoca da melhor qualidade, divertido e inteligente.

"A Vila" por ser o melhor de M. N. Shyamalan, surpreendente mesmo; "Terminal" por aliar o grande talento de Tom Hanks com a capacidade de Spielberg em contar uma história como ninguém; "Colateral" por seus personagens centrais, humanos, antes de tudo.

8.9.04

Camarada Olga se deu mal 

Fernando Morais é um dos mais importantes biógrafos do Brasil, o mais importante da atualidade, sem dúvidas. Seus livros, narrando a vida de personagens incríveis, como Chatô e Olga Benário, além de grandes obras se tornaram best sellers incontestáveis. Algo raro na nossa literatura.

"Olga", o livro, com certeza terá sua venda turbinada por causa de "Olga", o filme. Nada mais previsível, principalmente em se tratando de uma milionária produção da Globo Filmes. Apesar do estímulo comercial, a versão cinematográfica não faz jus ao sucesso do livro de Morais. "Olga", o filme, é chato, exagerado e arrastado. Antes de tudo, mal dirigido. O filme parece uma novela resumida em um longo capítulo de três horas, com todo o sentido pejorativo que se possa colocar nisso.

A começar pelo excesso de closes. Há, entre os entendidos da sétima arte, quem afirme ser possível a realização de um grande filme praticamente com closes a cada cinco minutos. Citam grandes obras que seguiram esse caminho, como a de um distante cineasta alemão do entreguerras e etecétera e tal. Talvez sirva de exemplo e explicação para Jayme Monjardim, o diretor, mas não cola. Na verdade, o recurso é usado como se fosse em uma novela das oito, bem dramática. Há uma seqüência desesperadora de closes durante uma conversa entre Olga e Prestes, no navio de luxo, que ilustra bem esse exagero.

A estética novelística não abandona a projeção em momento algum. A música é usada da mesma maneira em que podemos ver nas cenas mais importantes de qualquer novela da Globo. Alta e chamativa, como se o público fosse incapaz de perceber se um momento é triste ou alegre sem a ajuda da música. As interpretações também são características da telinha. O talento de gente como Caco Ciocler e Camila Morgado foi desperdiçado como só uma novela desperdiça. Com a exceção de Fernanda Montenegro, que não precisa mais ser dirigida.

Enfim, a direção de Monjardim não ajuda - e as vezes atrapalha - o andamento de "Olga", que diga-se de passagem, tem uma produção impecável, um verdadeiro "padrão Globo de qualidade". Uma pena que uma história importante como a de Olga tenha tido tanta infelicidade ao ser transportada para o cinema. O resultado de tudo isso daria uma ótima minissérie, mas nunca um bom filme.

16.8.04

Frase do dia 

"Brindemos a todos nós: os oprimidos e fodidos".
Ivan, personagem de Nelson Dantas, no filme "Bar Esperança".

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